NOVA ONDA

Casos de covid-19 grave sobem em Alagoas e deixam especialistas em alerta

Maioria dos infectados são idosos acima de 60 anos em 15 estados com alta da doença
Por Tamara Albuquerque 23/11/2022 - 15:13
Atualização: 24/11/2022 - 10:48

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Assessoria
Especialistas pedem que população complete o quadro de vacina contra a doença
Especialistas pedem que população complete o quadro de vacina contra a doença

Novo boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (23) mostrou que 15 estados registraram um aumento de casos graves de Covid-19, entre os quais Alagoas. O levantamento tem base nas últimas seis semanas (tendência de longo prazo). Na semana passada, esses casos estavam registrados em 12 de estados. O crescimento no número de infectados pelo vírus também atingiu 17 capitais brasileiras e já apareceu em todas as regiões do País, deixando especialistas em alerta.

O boletim também mostra crescimento nas tendências de curto (últimas três semanas) prazo ), esse indício está mais presente nas faixas etárias da população adulta. Isso significa que a maioria dos infectados são adultos e dentro da faixa etária acima dos 60 anos. Entre todos os diagnósticos de doenças respiratórias, o coronavírus corresponde a 61% dos resultados positivos nas últimas quatro semanas - no último boletim da Fiocruz, da semana passada, essa porcentagem era de 47%.


No Amazonas, o cenário epidemiológico está estável e em patamares considerados baixos, de acordo com a Fiocruz. O estado foi um dos primeiros a registrar um crescimento de casos positivos de Covid-19, ainda no final de outubro. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 21 de novembro. 

Além de Alagoas, os estados que registraram crescimento nos casos de Covid-19, de acordo com o boletim da Fiocruz foram Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Maceió também aparece entre as capitais com alta de casos de covid-19. 

Na maioria das capitais que apresentam alguma consistência no crescimento, tal se concentra predominantemente em crianças. As exceções são João Pessoa, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos. Tais sinais estão possivelmente associados ao aumento nos casos de SRAG positivos para Covid-19 identificados nos estados correspondentes.

Confira as capitais que registraram crescimento nos casos de Covid-19: Aracaju (SE), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), , Natal (RN), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

O pesquisador Marcelo Gomes reforça a importância da combinação de vacinação e uso de máscaras como ações de proteção. O coordenador do InfoGripe orienta que a população confira quantas doses já foram recomendadas para o seu perfil, levando em conta a faixa etária e as condições de saúde, para que esse novo ciclo seja enfrentado com o maior nível de proteção possível.


Testes 


Entre os dias 5 a 11 de novembro, a porcentagem de exames positivos para Covid feitos na rede privada foi de 39,9%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Na semana anterior (de 29 de outubro a 4 de novembro), esse número era de 23,1%.

Também houve aumento no número de exames realizados: de 18.510 para 54.380 no mesmo período, uma elevação de 194%. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontaram que, na última semana de outubro, os testes de farmácia para Covid-19 voltaram a apresentar taxas de positividade de 20,75%. 

No consolidado do último mês, outubro terminou com 7.986 testes positivos – 13,26% do total e 44% acima dos indicadores de setembro.

Vacinas bivalentes

Nesta quarta-feira a Pfizer anunciou que as vacinas bivalentes, atualizadas contra as novas variantes do coronavírus, devem chegar ao País nas "próximas semanas". O contrato prevê a entrega de duas vacinas adaptadas às variantes Ômicron BA.1 e BA.4/BA.5, que estão em alta circulação no momento, para uso emergencial como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

Até o momento, não foi divulgado o número de doses compradas pelo Ministério da Saúde à Pfizer. Procurada, a pasta disse ao Estadão que a estratégia de imunização e os grupos que serão priorizados para tomar a dose de reforço da nova vacina estão em processo de definição pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). "As orientações para a aplicação da vacina e o cronograma de distribuição serão formalizados em nota técnica aos Estados nos próximos dias", disse o ministério em nota.


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